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10 agosto 2014

Pensamentos de ônibus


Algumas coisas só percebemos ao crescer. Há algum tempo atrás seria muito irritante ter minha avó como companhia para sair, em qualquer lugar que fosse. Hoje eu mais do que prezo pela companhia dela e mesmo não saindo mais junto, faço questão de estar em casa ao seu lado, desfrutando da sua companhia tão querida. Não sei se isso acontece com a maioria dos jovens e adolescentes, mas percebo que várias coisas que antes para mim era algo importante, hoje se torna desnecessário. E o que eu tratava como desnecessário, hoje se torna algo mais do que importante. Talvez seja a idade, talvez seja minha personalidade que mudou, algumas coisas sempre ficam com a gente, desde pequenas até morrermos. Outras não. Ainda bem. Acredito que se eu continuasse a agir e pensar como agia e pensava aos 14/15 anos, não teria tantas pessoas importantes em minha vida e talvez caminhasse para rumos não tão bons assim. É aquele velho clichê do aprender com os erros. Eles são necessários e te fazem amadurecer de uma forma extraordinária; mas claro, você precisa querer e tirar o tapa-olho para enxergar aquilo que verdadeiramente importa. E o que verdadeiramente importa?! Não sei. As concepções sobre o que é importante, para mim, é o que te faz bem. Eu posso pensar que passar dias com a minha família, amigos e namorado é o que verdadeiramente importa. Mas outra pessoa pode pensar que estar sozinho em algum lugar paradisíaco é o que verdadeiramente importa. O ‘importante’ é verdadeiramente relativo. Mas aonde quero chegar ao escrever isso?! Não sei. São coisas que num dia qualquer, sentada no ônibus e ignorando o trânsito caótico e problemático da cidade, eu penso sobre. Sobre o quê? Muitas coisas. Desde comprar um vestido com o desafio de usá-lo em dias quaisquer até pensamentos sobre morte. É uma roda-gigante de pensamentos que não pára de rodar e em alguns momentos até esqueço, mas em outros, sentada no ônibus vendo um rapaz ajudando uma senhora ao atravessar a rua ou ao ver uma senhora carregando seu provável neto para passear, eu penso sobre minhas próprias experiências, meus próprios momentos com uma avó tão zelosa e tão especial que eu tenho em casa. São momentos tão rápidos e repentinos que me fazem refletir sobre algo tão profundo e intenso, que me impressiono. É como num filme repetido quando apertamos o botão de acelerar as cenas, onde tudo é visto superficialmente, mas ao já conhecer aquelas cenas, aquilo fica na memória presente e te faz ter uma reação sobre o que foi visto. E o que é importante, volto a perguntar. Ainda não sei. Talvez não seja importante eu estar escrevendo esse texto, mas estou. Talvez não seja importante eu estar lendo tal livro ao invés de ir visitar alguém; mas é o que estou fazendo agora. E talvez não seja nada importante eu pensar sobre o que é importante, mas é o que estou fazendo também. Talvez seja melhor parar de pensar sobre a importância do importante e voltar para o presente.

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7 comentários:

  1. Lindo texto, Jeniffer!
    Sabe moro com meu avós e amo a companhia deles.
    Minha avó então... é uma companhia perfeita.
    Conversamos bastante. Sempre temos assunto.
    Beijos <3

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  2. Estou completamente apaixonado por esse texto. Concordo completamente com cada palavra, as vezes também me pego com a cabeça deitada no vidro do ônibus, ignorando o mundo a minha volta, apenas pensando e arquitetando projetos; considerando aquilo que acredito ou não ser importante! <3 Adorei mesmo!

    ACESSO PERMITIDO.
    Twitter: @APermitido @elcimar_reis

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  3. Nunca tive uma ligação assim com meus avós/avôs, pois nem era nascida qndo meu avô morreu.
    Só tenho minha avó querida, mas não posso sair com ela nem nada. Por conta de uma cegueira ela fica na casa do meu tio todo o tempo.
    Queria ter essa ligação tão linda, mas infelizmente não tive oportunidade. :(
    Adorei o texto Jennifer. :)
    Resenha #160 - Porque Você É Minha - Série Completa - Beth Kery.
    Confere lá!
    http://manuscritodecabeceira.blogspot.com.br
    Bjs.

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  4. Adorei o texto e me identifiquei com o trecho sobre erros e etc <3.

    memorias-de-leitura.blogspot.com

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  5. Adorei o texto, me identifiquei bastante com o trecho de erros, e sobre a ligação com sua avó. Nunca pude estar junta delas pois eles vivem em outro Estado. Sinto falta de verdade.
    Parabéns mais uma vez.

    Alichel,

    entrelivroseoutrosvicios.blogspot.com

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  6. Gostei muito do texto. As vezes me pego pensando nisso, em como eu mudei e amadurei em tão pouco tempo. De 15 para 18 foi uma mudança imensa. Dos 18 para os atuais 21 foi outra grande mudança e acredito que em breve acontecerá mais uma. Aprendi que nossas prioridades mudam, assim como nossos sonhos e desejos.

    Beijos,
    http://www.pitadadecultura.com/

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  7. Jeniffer, que post gostoso de se ler, super reflexivo! Me identifiquei muito com lance de sair com a avó, pois também pensava como você ! Agora cada momento com a minha família é super precioso pra mim, mas só nos damos conta disso com o passar do tempo, como você mesma disse. Amei o post, de verdade!

    Beijos,
    Caroline, do criticandoporai.blogspot.com

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